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Paz reina em Portugal: como é viver no 6º país mais seguro do mundo?

Segurança e qualidade de vida atraem famílias. Mas as casas estão mais caras e os incentivos ao investimento imobiliário a mudar.


Viver num ambiente de paz, em que a segurança está garantida, tornou-se essencial num momento em que a guerra está instalada no espaço europeu (e no Médio Oriente), os índices de criminalidade dispararam em vários pontos do globo e se endureceram vários regimes políticos. Portugal, que desde há vários anos está entre os países mais seguros do mundo, ocupa agora o 6º lugar no ranking mundial. E a segurança tem sido, exatamente, um dos ativos de atração de investimento para o país, contribuindo para o crescimento do imobiliário, do turismo e da economia nacional. Desde investidores a famílias que procuram estabilidade e maior qualidade de vida, ou refugiados que fogem da guerra com a Rússia, Portugal tem sido o destino de eleição para muitos. Mas, apesar da paz sentida no país e de outros fatores positivos como o clima, a gastronomia, a oferta cultural, o sistema educativo ou a saúde, comprar ou arrendar casa em Portugal está a ficar mais caro e o poder de compra a diminuir devido à subida da inflação. Também os incentivos ao investimento imobiliário estão mudar.


O conflito armado na Ucrânia já leva sete meses e, mesmo assim, a Europa continua a ser considerada a região mais pacífica do mundo em 2022, de acordo com o Instituto de Economia e Paz (IEP). É aqui que se localizam sete dos dez países mais seguros do planeta. E Portugal é um deles, tendo ficado em 6º lugar na lista que compõe o Global Peace Index (GPI).


A paz e a tranquilidade que os países oferecem melhora – e muito – a qualidade de vida das populações. E tem um efeito direto no crescimento económico e social: não só atrai mais investimento (para obtenção de autorização de residência ou não), como também ajuda a captar mais turistas. É por isso que avaliar a segurança dos países é tão importante para as economias, sobretudo, numa altura em que a recessão está a bater à porta de vários países, depois do Banco Central Europeu (BCE) ter subido as taxas de juro diretoras em 200 pontos base desde o início do ano.


  1. Europa é a região mais pacífica do mundo apesar da guerra

  2. A segurança de viver em Portugal: como foi medida?

  3. Como é viver em Portugal, o sexto país mais seguro do mundo?

  4. Custo de vida atrativo

  5. Clima ameno todo o ano

  6. Comprar casa? Preços estão a subir em flecha

  7. Arrendar casa: quanto custa?

  8. Nómadas digitais têm nova lei em Portugal

  9. Vistos gold atraem investimento: qual o seu futuro?

  10. Regime de residentes não habituais “vantajoso”



Europa é a região mais pacífica do mundo apesar da guerra

Ao analisar o ambiente de paz e estabilidade de 163 países do mundo, o IEP conclui que é na Europa onde se localizam os países mais seguros do mundo em 2022, numa lista liderada pela Islândia, Nova Zelândia, Irlanda, Dinamarca e Áustria. No Índice Global da Paz (GPI), Portugal ocupa a sexta posição a nível global e a quinta a nível europeu.


Contam-se 15 países do mundo onde, hoje, se vive com o grau de segurança máxima, de acordo com a classificação do GPI. Estes países situam-se sobretudo na Europa, à exceção da Nova Zelândia, Singapura, Japão e Canadá. Apesar do relatório publicado em junho considerar que “a eclosão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia em fevereiro de 2022 teve um impacto substancial na paz dentro do espaço europeu”, o IEP conclui que a “Europa continua a ser a região mais pacífica do mundo”.


Contra todas as probabilidades, hoje, a Europa é mais segura do que foi em 2021, tendo melhorado a sua pontuação no índice, ainda que ligeiramente. “O aumento da segurança na Europa foi impulsionado pela melhoria contínua do indicador de impacto do terrorismo e uma queda nas perceções médias de criminalidade. Dos 36 países europeus analisados, 24 tiveram melhorias na paz e 12 pioraram”, explicam no relatório. Entre os países da Europa que se tornaram menos pacíficos em 2022, “seis partilham fronteira com a Rússia ou com a Ucrânia”, tendo apresentado “deteriorações em indicadores como a instabilidade política e as relações com os países vizinhos”, esclarecem ainda.


Segurança no mundo: quais são os países mais pacíficos?


Sem surpresas, a Ucrânia e a Rússia fazem parte dos 13 países que foram classificados como menos pacíficos pelo GPI, uma lista que é liderada pelo Afeganistão, o país menos seguro do globo. Além da guerra e dos conflitos políticos e étnicos que se vivem em África e no Médio Oriente, o relatório aponta que a inflação teve um efeito negativo nestes países: a subida generalizada dos preços “aumentou a insegurança alimentar e a instabilidade política globalmente, mas especialmente em regiões de baixa resiliência, como a África Subsariana, o Sul da Ásia e Médio Oriente e o Norte de África”.


Num sentido global, a paz no mundo tem vindo a cair nos últimos 14 anos, referem desde o IEP, com o nível médio a descer 0,3% entre 2021 e 2022. Face ao ano passado, a paz e a segurança melhorou em 90 países e caiu em 77.

A segurança de viver em Portugal: como foi medida?

Nos últimos anos, Portugal esteve sempre entre os dez países mais seguros do mundo, tendo mesmo ocupado a terceira posição por dois anos consecutivos (2019 e 2020). Já em 2021, o nosso país caiu para a quarta posição e este ano para a sexta, continuando, mesmo assim, entre os 10 países mais pacíficos do globo. De referir que, em 2014, Portugal ocupava o 18º lugar.


Mas porque é que Portugal desceu duas posições face à classificação de paz do ano passado? Segundo o relatório, no nosso país houve um “ligeiro aumento da instabilidade política” e “uma maior taxa de detenções”. Vejamos quais foram as posições que Portugal ocupou nos três domínios que compõem o Global Peace Index 2022:

  • Conflito doméstico e internacional: Portugal ficou em 13º lugar (em 1º lugar ficou a Mauritânia e em último a Síria);

  • Segurança e proteção social: Portugal ficou na 17ª posição (Islândia em 1º e Afeganistão em último);

  • Grau de militarização: Portugal está em 8º lugar (Islândia em 1º e Israel em último);

Estar entre os 10 países mais seguros e pacíficos do mundo é para Portugal um bom indicador. E o antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, explicou porquê em reação à posição obtida pelo país em 2021 neste mesmo ranking: ”Portugal ser considerado um dos países mais seguros do mundo é um ativo para a qualidade de vida dos portugueses” e constitui-se como uma vantagem competitiva face a outros países.


“A questão da segurança está muito longe de ser uma questão estritamente policial. A segurança é, hoje, um fator decisivo para a captação de investimento, para a captação dos turistas e para o reforço da imagem global do país. Lembramo-nos facilmente de países que têm um grande potencial como o nosso, nos quais a insegurança limita o desenvolvimento económico, o investimento ou o turismo”, sublinhou o então ministro da Administração Interna.


Como é viver em Portugal, o sexto país mais seguro do mundo?

Entre os países mais seguros do mundo, Portugal é o que tem o custo de vida mais acessível, apesar da alta inflação que se faz sentir atualmente. E possui ainda um clima atrativo para os estrangeiros que fogem do frio. Mas nem tudo corre bem. Neste país, os preços das casas para comprar ou para arrendar estão a subir mês após mês. E o Governo estuda colocar um ponto final no programa vistos gold, que concede autorizações de residência para os estrangeiros que fazem investimentos avultados em território nacional.

Custo de vida atrativo

Além da segurança de viver em Portugal, o custo de vida tem vindo a chamar a atenção dos estrangeiros nas últimas décadas. Este facto tem vindo a atrair turistas e imigrantes dos quatro cantos do mundo para o nosso país. Mas, hoje, o custo de vida em Portugal está a aumentar por via da inflação, que está a alavancar não só o custo dos alimentos e dos produtos energéticos como a contagiar o custo dos serviços, atividades de lazer, alojamentos e restaurantes.


Os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que a inflação em Portugal terá subido 10,2% em outubro, mais 0,9 pontos percentuais do que no mês anterior e o valor mais elevado desde maio de 1992. Isto quer dizer que o custo de vida no país está a subir, à semelhança do que se sente em vários países europeus. Mas, ainda assim, é mais atrativo do que o custo de vida dos outros países mais seguros do mundo, sobretudo para o poder aquisitivo de muitos que chegam de fora com um nível de rendimentos mais elevado.


Clima ameno todo o ano


Em comparação com os quatro países europeus mais seguros do mundo – e que surgem antes de Portugal no ranking do GPI -, o nosso país apresenta um clima mais atrativo. Enquanto a Islândia, a Irlanda, a Dinamarca e a Áustria são conhecidas pelos seus invernos longos e rigorosos, Portugal é conhecido pelas praias paradisíacas, destinos de campo, população simpática e clima ameno. Este último fator é particularmente crítico no atual contexto de crise energética global e subida dos custos de energia, que fazem disparar a fatura do gás e eletricidade para aquecimento das casas.


Comprar casa? Preços estão a subir em flecha

Quem quiser mudar-se para Portugal - e beneficiar da sua segurança, tranquilidade e qualidade de vida - deverá, no entanto, ter em conta que as casas para comprar no país estão cada vez mais caras. Os dados mais recentes do Eurostat indicam que o preço das casas à venda no nosso país subiu cerca de 75% entre 2010 e o segundo trimestre de 2022. O desequilíbrio entre a alta procura para uma oferta estruturalmente escassa explica, grande parte, esta evolução.


Mas, apesar do ambiente de incerteza internacional e da subida das taxas de juro nos créditos habitação por via da Euribor e das decisões do BCE, as famílias – quer portuguesas, quer estrangeiras – continuam a comprar casa no país, tendo sido transacionadas 43.607 habitações só entre abril de junho de 2022 (+4,5% que no mesmo período de 2021), avançou o INE no final de setembro.


Só neste período, o preço das casas para comprar em Portugal subiu 13,2%, “atingindo um novo máximo histórico da série disponível”, referiu o gabinete de estatística português. Em concreto, o valor médio pago por uma habitação em Portugal no segundo trimestre de 2022 foi de 190 mil euros.


Fonte: Idealista

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